Desde que eu sou pequeno (não que agora eu seja grande), eu sou obrigado a EXPLICAR pra que time eu torço.
É que eu sou flamenguista, entendeu?
Então, desde que me conheço por gente, eu ouço duas perguntas seqüenciais. Sempre vêm juntas. Parece obrigatório:
“Que time você torce? Mas você é carioca?”
É como se fosse uma pergunta, só. Nunca ninguém me fez só a primeira indagação.
Pra ser bem honesto, existe uma única – e rara – variação da questão. Ocorria com alguma freqüência quando eu morava no Rio:
“Pra que time tu torrrrce? Uéa, maix tu num éa Paulííxxxta?”
Que merda!
Por acaso quando alguém te responde que é Corintiano, você TEM que perguntar quando ele saiu em liberdade condicional???
Ou quando o cara diz que é Palmeirense, você TEM que perguntar por que ele não gosta de futebol???
Escolher um time é um tipo de ritual de passagem.
Imaginem a voz do narrador dos documentários da Discovery Channel explicando pra um alienígena que acabou de pousar na Terra e está aprendendo sobre os seres humanos:
“Quando o homem atinge a idade pré-escolar ele se vê obrigado a escolher um fardo que carregará para toda a vida. Ele é pressionado pelos outros machos do bando a fazer parte de um grupo, mas seu pai e avô o forçam a dar continuidade à tradição da família. Sentindo-se coagido pelos grupos dominantes, o indivíduo se vê obrigado a fazer a opção de seguir seu caminho sozinho.”
É como uma prévia do que será o vestibular:
É um tiro no escuro. Pode ser que dê certo. Mas provavelmente não dará. Certamente você vai se perguntar muitas vezes se fez escolha certa e até pode mudar a escolha original. Mas sempre vai ter aquela impressão de que estão te olhando com uma cara de desaprovação.
Se mesmo com 17/18 anos, depois de saber o que são cadeias carbônicas, vetor, triângulo eqüilátero e reprodução assexuada, se ainda assim você não faz A MENOR IDÉIA do que quer fazer pra o resto da vida, imagina com 6 anos de idade você ter que decidir que Diabos de time você vai escolher pra defender e ser zoado para todo o sempre...!?
É muito complicado. O processo deveria ser melhor elaborado. Sei lá, talvez assegurado pela constituição ou pelo estatuto da criança e do adolescente: “Será permitida a troca até que o menor atinja a puberdade.” Ou “ É de direito do cidadão guardar para si e tão somente para si o sigilo quanto ao time de preferência”.
Afinal, não são todas as pessoas que (como eu) são privilegiadas com o Dom do bom-senso e do bom-gosto, desde criança.
Torcer pro Flamengo é uma maravilha. Principalmente por não ser carioca e, mais ainda, por morar em Sampa.
Se perder, ninguém vai te encher o saco. Se ganhar, você enche o saco de todo mundo.
Também é muito conveniente pra fazer política de boa vizinhança. Ninguém acha errado se você, enquanto flamenguista, der uma força pro seu infeliz amigo saopaulino. Ou pro coitado do seu irmão caçula palmeirense.
E até quando os outros times cariocas jogam... não tem stress...
Semana passada, por exemplo. Final da Libertadores. Puta campeonato importante. Um time brasileiro na final, contra um time x de um país que não é o Brasil.
Lógico que eu torci pro Flu. Ser um flamenguista-paulista me permite isso, sem o perigo de flertar com a virada de casaca.
É como se fosse uma licença poética futebolística!
Se o Fluminense ganhar, ótimo! O Brasil é campeão.
Se o Flu perder... HAHAHAHA MEEEEEEEGO MEEEEEEENGO!!!!!
É que eu sou flamenguista, entendeu?
Então, desde que me conheço por gente, eu ouço duas perguntas seqüenciais. Sempre vêm juntas. Parece obrigatório:
“Que time você torce? Mas você é carioca?”
É como se fosse uma pergunta, só. Nunca ninguém me fez só a primeira indagação.
Pra ser bem honesto, existe uma única – e rara – variação da questão. Ocorria com alguma freqüência quando eu morava no Rio:
“Pra que time tu torrrrce? Uéa, maix tu num éa Paulííxxxta?”
Que merda!
Por acaso quando alguém te responde que é Corintiano, você TEM que perguntar quando ele saiu em liberdade condicional???
Ou quando o cara diz que é Palmeirense, você TEM que perguntar por que ele não gosta de futebol???
Escolher um time é um tipo de ritual de passagem.
Imaginem a voz do narrador dos documentários da Discovery Channel explicando pra um alienígena que acabou de pousar na Terra e está aprendendo sobre os seres humanos:
“Quando o homem atinge a idade pré-escolar ele se vê obrigado a escolher um fardo que carregará para toda a vida. Ele é pressionado pelos outros machos do bando a fazer parte de um grupo, mas seu pai e avô o forçam a dar continuidade à tradição da família. Sentindo-se coagido pelos grupos dominantes, o indivíduo se vê obrigado a fazer a opção de seguir seu caminho sozinho.”
É como uma prévia do que será o vestibular:
É um tiro no escuro. Pode ser que dê certo. Mas provavelmente não dará. Certamente você vai se perguntar muitas vezes se fez escolha certa e até pode mudar a escolha original. Mas sempre vai ter aquela impressão de que estão te olhando com uma cara de desaprovação.
Se mesmo com 17/18 anos, depois de saber o que são cadeias carbônicas, vetor, triângulo eqüilátero e reprodução assexuada, se ainda assim você não faz A MENOR IDÉIA do que quer fazer pra o resto da vida, imagina com 6 anos de idade você ter que decidir que Diabos de time você vai escolher pra defender e ser zoado para todo o sempre...!?
É muito complicado. O processo deveria ser melhor elaborado. Sei lá, talvez assegurado pela constituição ou pelo estatuto da criança e do adolescente: “Será permitida a troca até que o menor atinja a puberdade.” Ou “ É de direito do cidadão guardar para si e tão somente para si o sigilo quanto ao time de preferência”.
Afinal, não são todas as pessoas que (como eu) são privilegiadas com o Dom do bom-senso e do bom-gosto, desde criança.
Torcer pro Flamengo é uma maravilha. Principalmente por não ser carioca e, mais ainda, por morar em Sampa.
Se perder, ninguém vai te encher o saco. Se ganhar, você enche o saco de todo mundo.
Também é muito conveniente pra fazer política de boa vizinhança. Ninguém acha errado se você, enquanto flamenguista, der uma força pro seu infeliz amigo saopaulino. Ou pro coitado do seu irmão caçula palmeirense.
E até quando os outros times cariocas jogam... não tem stress...
Semana passada, por exemplo. Final da Libertadores. Puta campeonato importante. Um time brasileiro na final, contra um time x de um país que não é o Brasil.
Lógico que eu torci pro Flu. Ser um flamenguista-paulista me permite isso, sem o perigo de flertar com a virada de casaca.
É como se fosse uma licença poética futebolística!
Se o Fluminense ganhar, ótimo! O Brasil é campeão.
Se o Flu perder... HAHAHAHA MEEEEEEEGO MEEEEEEENGO!!!!!
Um comentário:
Caso o seu lado letrado e racional resolva falar mais alto um dia (o que duvido...), o tricolor estará de braços abertos pra você.
Se cuida.
Bjo.
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